“Portanto, também nós, … livremo-nos de tudo
o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e
corramos com perseverança a corrida que nos é proposta,”
Hebreus 12:1


Deus criou cada um de nós com DNA e aparência únicos, nossas digitais são únicas e até nossa frequência cardíaca não é igual a de nenhum outro ser humano. Nascemos de Deus e fomos feitos de forma perfeita.


“Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável.”
Salmo 139:14


“… não nasceram por descendência natural,
nem pela vontade da carne nem pela vontade
de algum homem, mas nasceram de Deus.”
João 1:13


Passando a viver na consciência de que nascemos em Deus, nossa vida deveria ser diferente do comum, limitado, egoísta e até orgulhoso que nossa sociedade coloca como padrão. Afinal, onde está o problema? Por que acabamos tendo tantas dificuldades? Vamos refletir um pouco. Precisamos entender sobre a identidade que desenvolvemos para nós mesmos. Precisamos compreender a nossa história, nossas raízes e até mesmo os ambientes aos quais fomos e estamos expostos.

Somos o resultado das nossas escolhas e também das escolhas que os outros
fizeram por nós. Isso pode gerar o que chamamos de bloqueadores de uma vida plena.
A boa notícia é que Deus nos escolheu, nos chamou, nos formou, e cada um de
nós tem a liberdade para ter acesso à abundância da atmosfera do céu e das
promessas de Deus. Precisamos decidir diariamente ser quem Deus nos fez para ser.
“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa,
povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele
que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”
1 Pedro 2:9

  1. Entendendo a raiz
    Aqui no 30 Semanas compreendemos que a raiz da maioria dos problemas emocionais é a orfandade. Orfandade seria essa sensação de não pertencimento, de afastamento e de não ser amado nem amável. Ela surge por interferência do reino espiritual do mal em nossa maneira de nos ver, a nós mesmos, trazendo distorção e nos afastando da verdade que está em Deus. Defendemos também que desta raiz, surge um tronco que é a rejeição. Por não nos sentirmos filhos, não nos sentindo dignos e aceitos, aparecem a sensação de inadequação, a timidez, o medo e com isso,
    desenvolvemos em nós, um desejo de nos escondermos ou não enfrentarmos a realidade. Esse “caldeirão” desenvolve a necessidade de complementar o vazio formado pelas distorções da verdade em Deus, o que chamamos de compensação. Adão e Eva eram filhos, herdeiros, e desfrutavam da intimidade do Criador/Pai. Quando decidiram deixar de ser filhos, para desejar ser o que não foram chamados para ser, desobedeceram a Deus e isso, essa atitude, gerou o medo, sentimento de inadequação e a vontade de se esconder (resultados de distorcer a verdade que há em Deus, resolvendo desobedecer por desconfiar das intenções de Deus).

“Ouvindo o homem e sua mulher os passos do SENHOR
Deus que andava pelo jardim quando soprava a brisa
do dia, esconderam-se da presença do SENHOR
Deus entre as árvores do jardim.”
Gênesis 3:8

A orfandade e a rejeição nos levam para longe do padrão de bons mordomos
de tudo daquilo que Deus nos deu. Vivendo assim, equivocadamente, acabamos
desperdiçando nossos dons, talentos, saúde, recursos e até nossa própria vida.
“Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao seu pai:
‘Pai, quero a minha parte na herança’. Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles.
Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para
uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente.”
Lucas 15:11-13

Deus nos convida a refletirmos sobre nosso comportamento e tomarmos uma decisão de mudança de vida. Deus não nos prometeu explicações, mas prometeu estar conosco até o fim dos tempos. Ou seja, há coisas sim maiores que nós e que não poderemos compreender totalmente, mas o Senhor, que TUDO sabe e TUDO vê, sempre nos sustentará e nos guiará para a verdade sobre nós. Fomos gerados nEle, convidados a reconhecer a Sua soberania e a viver a liberdade do céu na terra. Somos da realeza, fazemos parte da família real. Você é convidado a morar no “castelo” de Deus, seu palácio. Cuide de suas emoções, para que, mesmo morando no castelo, não tenha vontade de dormir no calabouço.
Declaramos que, por não nos percebermos como filhos e, portanto, acreditarmos sermos não aceitos, acabamos desenvolvendo compensações para substituir a presença do bom Pai, que nos acolhe e deseja que estejamos em Sua presença. Estas compensações são desenvolvidas por bloqueadores, que são formados por nossas experiências e decisões tomadas ou que os outros tomaram por nós, nos
expondo a traumas e abusos. Percebemos que estas compensações são reproduzidas em níveis, dependendo das experiências de vida. No primeiro nível, classificamos 3 áreas:
o Codependência;
o Sexualidade distorcida;
o Vícios.
Reflita:
Em qual das áreas citadas acima as suas compensações se manifestam? Anote aqui:

Destas compensações, podem surgir dezenas de outras, em maior ou menor proporção, dependendo, é claro, das experiências de cada um. Abordaremos as três principais compensações e um pouco de suas
ramificações, porém, o intuito não é nos aprofundarmos nos problemas, mas no caminho para a solução destas compensações e encontrarmos maior controle sobre estas fugas, vivendo uma liberdade plena.
Vale ressaltar que essa caminhada é como um “garimpar” e “controlar” durante toda a nossa vida: estamos nos conhecendo melhor, e às nossas limitações e bloqueios; e, reconhecendo nossos limites, vamos trabalhando para vencê-los. Nosso maior desafio é abrir mão de nosso orgulho e egoísmo, permitindo que nossas fortalezas sejam derrubadas e então expor nossas misérias e maldades, para
que sejam tratadas e curadas. Portanto, a mesma força que você tem dedicado a suas dores deverá ser
aplicada a sua cura. O mundo oferece muitas possibilidades para a felicidade, porém, todas elas serão passageiras. É bem certo que nossas experiências nos fazem quem somos. Temos muitas virtudes, mas também carregamos alguns defeitos, maus hábitos e vícios. O 30 Semanas nos convida a transformação, vivendo melhor a cada dia, não apenas vivendo a nossa melhor versão, mas a versão que Deus nos designou para ser.

Vamos conhecer um pouco mais.

  1. As compensações
    a) Codependência:

“Pois Deus não nos deu espírito de covardia,
mas de poder, de amor e de equilíbrio.”
2 Timóteo 1:7

Desenvolvida a codependência, se estabelece um estilo de vida que não é simples de se substituir. Nela, o indivíduo substitui o “estar feliz consigo mesmo” pelo “estar feliz em função de alguém”. Nesse modo de ser, se encontra a incapacidade de sustentar relacionamentos saudáveis com os outros e até consigo mesmo. Nos relacionamentos codependentes, muito frequentemente, não existem debates dos
problemas, expressão aberta dos sentimentos, pensamentos, comunicação honesta e franca, expectativas realistas, convívio, confiança nos outros e em si mesmo. A codependência é individualista, impositiva ou anulativa. Na codependência impositiva o indivíduo acha-se indispensável para os outros. Busca sempre a autoafirmação impondo sua maneira de pensar e agir. Tem forte tendência ao controle e a manipulação. Muitos líderes e empreendedores têm esta característica, que também pode ser uma espécie de síndrome do filho mais velho, vista na Bíblia na história do filho pródigo em Lucas 15. Vemos muito este perfil no filho mais velho de uma casa com muitos filhos. Geralmente ele recebe dos pais a ordem de cuidar dos mais novos e acaba se tornando o “governador” da casa, com isso, ele se acostuma com essa postura e a carrega pela vida toda. Na codependência anulativa o indivíduo desenvolve uma dependência
emocional em relação aos outros. Não tem opinião própria e se anula para ser aceito. Não consegue estabelecer limites; não sabe dizer “não”. Podemos dizer que é a síndrome do filho mais novo. Muitos subgerentes, vices e outras funções que as pessoas acabam se acomodando nesta função e não desejam sair, por que há nestas pessoas traços de codependência anulativa.
Reflita:
Qual codependência mais se manifesta em você?
Impositiva ( ) Anulativa ( )

O fato é que todos nós temos, em algum grau, ambas as codependências. Exemplo: Uma pessoa que tem traços mais impositivos no trabalho, de alguma forma, exerce traços de anulativos em outras áreas, como por exemplo, no casamento, na família, amigos etc. Por outro lado, uma pessoa que apresenta traços anulativos no trabalho, vai de certa forma apresentar traços impositivos no casamento, na família ou
qualquer outra área. Quanto maior for o traço anulativo, maior necessidade o indivíduo trará para o lado impositivo e vive-versa. O indivíduo com tendência anulativa acaba desenvolvendo baixa autoestima,
medo, depressão, procrastinação e muitas outras. O indivíduo com tendência impositiva desenvolve ira, ansiedade, compulsões e muitas outras.

b) Sexualidade distorcida

“Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo
que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não
são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço.
Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês.”
1 Coríntios 6:19

Ao nos criar, Deus nos fez homem e mulher, macho e fêmea nos fez. Ambos refletem Sua imagem e semelhança. Deus também inaugurou aquilo que seria o ápice da intimidade entre um homem e uma mulher: o casamento. Perceba algo muito importante: Deus criou o sexo. E o criou para ser vivido dentro de aliança, de um compromisso mútuo. Como sintetizou a escritora Ann Voskamp: “Seu corpo nu merece
a honra de ser compartilhado somente com quem fez uma aliança de nunca deixar de amar sua alma nua.” O ideal de Deus é que homem e mulher desfrutem de intimidade sem barreiras, que, além da procriação, o sexo também proporcione prazer por meio dessa união. Infelizmente, no decorrer de nossas vidas, alguns de nós fomos expostos precocemente e de maneira deformada à sexualidade e isso pode ter desenvolvido uma maneira distorcida de viver o sexo. Esta exposição pode ser acontecido em virtude da ausência dos pais e cuidadores ou pelo fato de que crianças, por serem vulneráveis, não conseguirem se defender deste tipo de exposição, pois não tem opinião formada acerca do assunto.
Pessoas que não se sentem aceitas buscam no sexo distorcido valores acerca de uma falsa intimidade, dizem que sexo e amor são equivalentes e que vale tudo para atingir o prazer. Este tipo de pessoa acredita que encontrará, naquilo que pratica, algo que preencherá a lacuna que tem em si. O fato é que muitas pessoas sofrem em sua sexualidade com dúvidas, traumas, medos e distorções. O resultado disso é que as pessoas prosseguem suas vidas carregando fardos de culpa e vergonha. O ser humano não melhorou nada depois da Queda, do erro, do abandonar da filiação, por parte de Adão. Na sociedade pós-moderna as distorções são apenas mais evidentes, divulgadas, e infelizmente, até mesmo exaltadas; tanto que é difícil listar as infindáveis distorções que surgem a cada dia. Citaremos algumas para ajudar você a identificar em qual área talvez precise de cura: compulsão sexual, pornografia, pedofilia, prostituição, sexo fora do casamento, fetichismo, fornicação etc.

Alguns sintomas que estão ligados à distorção sexual:
o Depressão;
o Culpa;
o Baixa autoestima;
o Insegurança;
o Angústia;
o Ansiedade;
o Compulsividades;
o Impotência sexual;
o Outros ___________.
Reflita:
Você já manifestou algum desses sintomas? Qual?

c) Vícios

“Sei que nada de bom habita em mim, isto é,
em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer
o que é bom, mas não consigo realiza-lo.”
Romanos 7:18

Desejamos fazer o bem, mas não conseguimos. Para compreender melhor o vício, é necessário compreender seus fundamentos. Acreditamos que um vício começa com um mau hábito, iniciado por uma compulsão, trocando a falta de alguma coisa por uma prática, que até pode ser aparentemente “saudável”, como ficar horas na academia, limpar a casa toda hora, se preocupar demais com a saúde, ou afins, mas que, no fundo, quer dizer muito mais do que cuidado, limpeza ou saúde, quer revelar
uma dor intensa na alma. O ponto aqui é chamar a atenção que, para satisfazer ou preencher o que nos
falta, acabamos buscando compensações em atividades. Perceba a maneira como você escova seus dentes, toma banho ou penteia os cabelos, tem sempre a mesma sequência, não tem? Ou seja, um hábito foi criado e isso virou uma rotina. Há muitos pensamentos da filosofia e até mesmo da área psíquica afirmando que somos seres que nos acostumamos com as rotinas em que vivemos.

  1. Estágios da compensação:
    a) Hábitos: “Os hábitos são comportamentos não inatos que se tornam repetitivos e fixos, que acabam se consolidando em nossa memória, criando um caminho sólido de rotinas.” Dr. Flávio Gikovate
    b) Compulsão por sua vez, é o impulso ou sensação de estar sendo levado, irresistivelmente, a executar alguma ação até mesmo irracional. O compulsivo busca aliviar suas dores, traumas e inseguranças em algo externo, tentando suprir uma carência, um vazio que nem ele mesmo sabe de onde vem e porque acontece. A prática da compulsão entra então como uma forma de substituição, um negócio. O indivíduo sente que falta algo na vida dele e acaba buscando nas compulsões o alívio
    de seus sentimentos.
    c) Vício: do latim “vitium”, que significa “falha” ou “defeito” – é a repetição da compulsão que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e/ou aos que com ele convivem. O viciado tem prazer no que faz, mesmo que momentaneamente. É preciso de admitir que algum tipo de “gostar” daquilo está envolvido, por que senão o comportamento não se perpetuaria. A compulsão e o vício envolvem alterações de comportamento, deterioração física, estresse familiar, problemas financeiros,
    destruição da carreira profissional e crescente desintegração psicológica. O ponto complicado nisso é que, como abordamos acima, as repetições de uma mesma atividade geram hábito.
    Reflita:
    Dentro da perspectiva do vício, o seu nível de dependência está em:
    Hábito ( ) Compulsão ( ) Vício ( )

  1. Como nossa história pode influenciar nossa vida?
    Moisés era filho de uma família israelita escrava, mas foi adotado e criado dentro do palácio. Essas experiências certamente serviram de treinamento para que mais tarde ele fosse recebido no palácio e pudesse liderar um grande povo. Tudo o que vivemos, como experiência, nos capacita, nos empodera e pode ser usado por Deus para potencializar nossas vidas e de outras pessoas.
    A nossa jornada deve ter um norte. Esse norte deve ser o nosso destino e o nosso destino é a alegria de nossa vida em Jesus. “Deus nunca disse que a jornada seria fácil, mas Ele disse que a chegada valeria a pena”. Diz o escritor cristão Max Lucado
    O convite hoje é para você entender o valor da sua identidade, a despeito de suas experiências e como essas vivências têm o potencial de o tornar uma pessoa melhor. Algumas pessoas restringem a si mesmos, seus relacionamentos e muitas áreas de sua vida, simplesmente por terem pensamentos limitados sobre elas mesmas.
    Vivem numa pobreza de espírito e alma, rejeitando a si mesmas. Imaginam que o erros que cometeram no passado não lhe dão o direito de recomeçar uma nova história. “Deus nunca teve a intenção de nos fazer viver uma vida de pobreza”, diz o pastor Kris Valloton.
    Nós somos da realeza e como filhos de Deus, precisamos entender que não fomos criados para nos estagnar no passado, mas para viver o presente e construir um futuro de bênçãos. Como nos diz o pastor Kris Valloton: “Ele nos promoveu de mendigos a príncipes”.
    Nossas experiências, traumas ou abusos não devem nos limitar. Nessa jornada de cura, é fato que encontramos verdades importantes acerca daquilo que vivemos e elas não podem ser apagadas. Ao olhar para o passado, é possível que tenhamos nos deparado com a pior versão de nós mesmos. Assim, temos a oportunidade de refletir, reformular e reprogramar a nossa vida. Deus continua nos amando e nós continuaremos não merecendo.
    Nesta caminhada, você será encorajado a entregar não só a sua vida a Jesus, mas reconhecê-lo também como seu Senhor, ou seja, Jesus é de fato nosso Salvador, mas também Senhor. Ele nos deu exemplo de como devemos viver.
    Nossa identidade deve estar nEle e através desta identidade, cada fragmento de nossa história se tornará adubo para fortalecer outras pessoas. Como disse o pastor Rick Warren: “Deus não perde nada de sua vida, Ele te prepara.” Essa vivência e relacionamento com Jesus precisa ser intencional e diária. Satanás, o acusador, tentará usar as informações de nosso passado para incutir culpa, vergonha e estagnação, mas Deus nos chama para fora disso tudo, para que vivamos os propósitos que Ele mesmo preparou para cada um de nós.

“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles
que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.”
Romanos 8:28

Deus deseja que entremos em concordância com Ele. Continuamos pequenos, mas temos dentro de nós a valentia do céu. Deus nos diz que somos da realeza. Não importa nossas limitações ou o nosso passado, Ele nos chama para desfrutarmos de Sua grandeza, de Sua paternidade.
Reflita:
Em apenas uma frase, descreva o que Deus pensa de você:


Conclusão
Você foi planejado para dar certo, você pode decidir ter uma vida de realeza. Somos fruto de nossas experiências e decisões. Nem todas as decisões foram positivas, muito menos algumas que tomaram por nós, porém, não importam as circunstâncias, mas como vivemos diante delas.
Deus nos convida a partilharmos com Ele nossos sofrimentos. Dessa forma, somos libertos de prisões que nos escravizam e desfrutamos do descanso que só Jesus
pode proporcionar.

“Venham a mim, todos os que estão cansados
e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.”
Mateus 11:28

Pergunta facilitadora:
Quais são as suas compensações?

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